Na mensagem, o Santo Padre reflete sobre o motivo de haver tantos migrantes e refugiados no mundo. Ele recorda que, na mensagem para essa mesma data no ano 2000, o então Papa João Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos das guerras, conflitos, genocídios e “limpezas étnicas” que caracterizaram o século XX. Francisco explica que, infelizmente, até agora não houve uma mudança no novo século, de forma que os conflitos armados e outras formas de violência continuam causando o deslocamento de populações, dentro dos países ou fora deles. Mas também há outros fatores, como o desejo de uma vida melhor. “As pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em paz”. Indo na contramão da retórica adotada em muitos países de destino que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do acolhimento dos recém-chegados, Francisco convida a um olhar contemplativo dessa situação, um olhar de confiança, enxergando a oportunidade de construir um futuro de paz. “Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem. Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde não abundam os recursos”. E para oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas de tráfico humano a paz que procuram, o Papa fala de uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger, promover e integrar. Ele menciona ainda na mensagem o processo que, ao longo de 2018, deve definir e levar a ONU a aprovar dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e regulares e outro sobre refugiados. Francisco conclui a mensagem recordando Santa Francisca Xavier Cabrini, padroeira dos migrantes. “Esta pequena grande mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos conceda a todos fazer a experiência de que ‘o fruto da justiça é semeado em paz por aqueles que praticam a paz’”. Fonte Site do Vaticano